ATA DA QUINQUAGÉSIMA SEXTA SESSÃO SOLENE DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA LEGISLATURA, EM 10.12.1992.
Aos dez dias do mês de
dezembro do ano de mil novecentos e noventa e dois reuniu-se, na Sala de
Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua
Qüinquagésima Sexta Sessão Solene da Quarta Sessão Legislativa Ordinária da
Décima Legislatura. Às dezessete horas e treze minutos, constatada a existência
de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente
Sessão Solene destinada a entregar o Título Honorífico de Cidadão Emérito ao
Senhor Carlos Berta, concedido através do Projeto de Resolução n° 42/92
(Processo n° 1616/92), do Vereador Luiz Braz. Após, o Senhor Presidente
convidou os Líderes de Bancada a conduzirem ao Plenário as autoridades e
personalidades presentes. Compuseram a Mesa: Vereador Dilamar Machado,
Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; Senhor Carlos Berta,
Homenageado; Senhora Lena Rita Severo, esposa do Homenageado; Jornalista
Firmino Sá Brito Cardoso, representando a Associação Riograndense de Imprensa e
o Vereador Luiz Braz, Secretário “ad hoc”. Como extensão da Mesa: Fernanda,
Fabiana, Claudine, Rodrigo, Karen e Guilherme. Após, o Senhor Presidente
pronunciou-se acerca do evento passando a palavra aos Vereadores que falariam
em nome da Casa. O Vereador Luiz Braz, em nome das Bancadas do PTB, PT, PMDB,
PPS e PDS e como autor da proposição, cumprimentou o Senhor Carlos Berta e sua
Família pelo reconhecimento desta Casa ao seu profissionalismo. Discorreu sobre
a vida pregressa do Homenageado, analisando sua atuação junto aos
representantes comerciais na busca de conquistas sociais em defesa da ARPO –
Associação dos Representantes Comerciais de Porto Alegre. O Vereador Isaac
Ainhorn, em nome da Bancada do PDT, reportou-se acerca da homenagem, dizendo
que Carlos Berta recebe esse título honorífico em razão das lutas empreendidas
a favor dos representantes comerciais. Disse, ainda, que a classe de
comerciantes vem sendo ressentida pela recessão ocorrida no País. A seguir, o
Senhor Presidente convidou a todos para, de pé, assistirem a entrega do Diploma
ao Senhor Carlos Berta pelo Vereador Luiz Braz. Após, o Senhor Presidente
concedeu a palavra ao Senhor Carlos Berta que agradeceu pelo Título recebido.
Em continuidade, a Senhora Mara Braz, esposa do Vereador Luiz Braz, fez entrega
de flores à esposa do Homenageado, juntamente com Claudine, filha do casal
homenageado. Às dezessete horas e cinqüenta e seis minutos, nada mais havendo a
tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, agradecendo a
presença de todos e convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária
de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador
Dilamar Machado e secretariados pelo Vereador Luiz Braz, Secretário “ad hoc”.
Do que eu, Luiz Braz, Secretário “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente
Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelo Senhor
Presidente e 3° Secretário.
O SR. PRESIDENTE: Na condição de Presidente desta Câmara
Municipal, tenho a honra de presidir os trabalhos desta Sessão Solene, que é
dedicada, por solicitação do Ver. Luiz Braz, Requerimento aprovado por
unanimidade pelos Vereadores da Capital, para entrega do título honorífico de
Cidadão Emérito da Capital do Rio Grande do Sul ao Sr. Carlos Berta. Gostaria
de explicar ao nosso homenageado que a concessão de título de Cidadão Emérito é
destinada por esta Casa a pessoas que, nascidas ou não na Cidade de Porto
Alegre, tenham se destacado em sua atividade perante a sociedade, e
indiscutivelmente, o Carlos Berta é uma liderança impressionante no setor de
representação comercial, onde lidera importante segmento da sociedade.
E
parabenizo o Ver. Luiz Braz, pela iniciativa e pela honra que nos dá de
presidir um ato solene para entrega deste título de cidadania.
Compõem
a Mesa, para a nossa alegria, além do homenageado Carlos Berta, sua esposa, a
Sra. Lena Rita, o Jornalista Firmino Cardoso, que representa a Associação
Riograndense de Imprensa, e os filhos do nosso homenageado: a Fernanda, a Fabiana, a Claudine, a Karen, o Rodrigo e o Guilherme.
Quero
agradecer a presença de todos os familiares, demais amigos, companheiros de
luta do nosso homenageado, e concedo a palavra ao autor da proposição, o nobre
Ver. Luiz Braz, em nome das Bancadas do PTB, PT, PMDB, PPS e PDS.
O SR. LUIZ BRAZ: Exmo Sr. Presidente da Câmara Municipal de
Porto Alegre, meu amigo Dilamar Machado; Exmo Sr. Homenageado, meu amigo Dr. Carlos
Berta e Srª Lena Rita Severo; Exmo Sr. representante da Associação Riograndense de Imprensa,
Jornalista Firmino Sá Brito Cardoso, meu amigo e que nos honra muito com a sua
presença; cumprimento também os filhos do homenageado: a Fernanda, a Fabiana, a
Claudine, o Rodrigo, a Karen e o Guilherme; Senhoras e Senhores. É com muita
honra e orgulho que nós nos encontramos, aqui nesta tarde, para prestar esta
homenagem muito justa, e que faz com
que este Legislativo se sinta bastante orgulhoso por existir, prestando um
reconhecimento a alguém que se destacou no trabalho realizado dentro de sua
categoria. Aliás, nós temos hoje em dia uma carência tão grande de líderes, nós
temos hoje em dia uma carência tão grande de pessoas que queiram participar,
que queiram realizar alguma coisa em prol da humanidade, em prol da classe.
Quando surge alguém, quando nós conseguimos vislumbrar alguém, esse alguém
realmente merece ser homenageado, porque ele deve servir de exemplo a todos os
outros que, na verdade, talvez até por termos passado por um período
ditatorial, onde as pessoas resolviam se calar, e não podiam se manifestar, o
exemplo para que elas comecem a se manifestar, comecem a participar, comecem a
se candidatar como líderes da comunidade, da humanidade, a fim de que nós
possamos chegar a um Brasil melhor. Eu acho que a forma de nós conseguirmos
esse Brasil melhor, é exatamente assim, seguindo exemplos como esse que nós
temos aqui hoje, do nosso homenageado.
Nascido
no dia 29 de julho do ano de 1945, em Tapera – Rio Grande do Sul -, e criado em
Santa Rosa, Carlos Berta é filho de Francisco José Berta e Ilda Macalós Berta.
Pai de Claudine, Rodrigo, Karen e Guilherme, também de Fernanda e Fabiana, e
casado com a Srª Lena Rita Lima de Severo, sua companheira já há muitos anos.
No
ano de 1961, Carlos Berta veio estudar em Porto Alegre. Afastou-se por um
período de dois anos, retornando a Santa Rosa. Voltou a Porto Alegre em 1969,
iniciando uma vida profissional como representante comercial, profissão que
exerce até hoje.
No
exercício da profissão, Carlos Berta deparou-se com a agruras da mesma, por
falta de vozes que a defendessem. Juntamente com um grupo de colegas, em 1982,
fundaram a Arpo, Associação dos Representantes Comerciais de Calçados, Bolsas,
Tecidos, Confecções e Derivados de Porto Alegre, sendo, no seu primeiro ano de
existência, seu Vice-Presidente. Eleito Presidente, em 1983, passou a realizar
um trabalho consistente em defesa da sua categoria profissional. Conseguiu
conduzir tão bem o trabalho frente a esta Associação, que ele consegue se
manter, como Presidente, sem que, na verdade, apareçam pessoas que queiram se
opor ao seu trabalho. Não que ele tenha o pensamento que nunca receberá
oposição, é que as divergências são sempre resolvidas e o grupo consegue se
unir. Ao invés de apartar, ao invés de formar vários grupos, nós temos a união
do grupo e o fortalecimento deste grupo que é realmente um dos baluartes na
defesa desta classe dos representantes comerciais, nos dias de hoje.
Com
base no dinamismo e capacidade de trabalho de seu Presidente, a Arpo direcionou
sua atuação numa busca constante de conquistas sociais em defesa de seus
associados, proporcionando a merecida dignidade a esses profissionais. Entre as
muitas batalhas travadas por Carlos Berta, através da Arpo, podemos citar a
concretização do anteprojeto de lei, resultando do I Encontro Nacional dos
Representantes Comerciais, realizado em novembro de 1983, em Canela, que
propunha uma modificação na regularização da atividade de representante
comercial, atividade esta que até então regulava-se pela Lei nº 4.886/65,
portanto ultrapassada. Este anteprojeto, apresentado na Câmara dos Deputados,
acabou transformando-se no Projeto de Lei nº 5.394/85.
Também,
na elaboração do Estatuto da Microempresa, a atuação da Arpo, através do seu
Presidente, foi decisiva para incluir na relação os representantes comerciais.
Nas diversas vezes em que a Receita Federal procurou excluir os representantes
comerciais da condição de microempresa, a Arpo demonstrou sua firmeza de
propósitos e, juntamente com mais doze entidades de todo o Brasil, sob a
liderança e coordenação de Carlos Berta, mobilizaram-se em defesa da categoria,
mantendo a categoria na Lei nº 7.713/88 e, posteriormente a elaboração de um
Substitutivo para o Projeto de Lei que recebeu, depois, o nº 5.394/85, que é a
regulamentação das atividades de representante comercial.
Foi
a Arpo, mais uma vez, a primeira entidade que, em mais uma luta contra a
Receita Federal, ingressou na Justiça e obteve liminar e posterior vitória
sobre o mérito, em mais uma tentativa de alijar os representantes comerciais da
condição de microempresas.
A
redução da alíquota de ISSN dos representantes comerciais para 2%, viabilizada
com a Emenda deste Vereador, resultou de um forte trabalho de articulação, de
esclarecimento, conduzido de forma incansável junto a todos os Vereadores, pela
Arpo, através do seu Presidente.
Aliás,
eu muito me orgulho de ter apresentado esta Emenda do ISSN, aqui nesta Casa, e
fazer da categoria dos representantes comerciais, a única categoria atualmente
em Porto Alegre que consegue fugir da grande voracidade fiscal com relação ao
ISSN. Todas as outras categorias pagam 5% de ISSN e, através da luta que foi
encabeçada pelo Berta, que foi encampada por toda Arpo, nós temos hoje como
única categoria profissional, aqui nesta Cidade, a pagar o ISSN diferenciado: a
categoria dos representantes comerciais.
Eu
acredito que lutas como estas valem a pena serem aplaudidas e vale a pena
estarmos presentes integrando uma categoria profissional, a fim de que essas
lutas possam prosseguir e, quem sabe, outras categorias possam buscar essa
mesma vitória.
A
aprovação pelo Congresso Nacional da Lei nº 4.820/92, que passa agora a regular
as atividades dos representantes comerciais, e tem todo o seu fundamento nos
anteprojetos da Arpo, é sem dúvida a maior vitória de Carlos Berta e seus
colegas, pois vem beneficiar milhares de profissionais de todo o País.
A
persistência e a determinação na realização de suas atividades fizeram de
Carlos Berta um Líder de expressão e respeitabilidade, não só no Rio Grande do
Sul, mas reconhecido por toda categoria, em nível nacional. A existência da
Arpo e suas lutas, confundem-se hoje com as lutas de Carlos Berta. Esse homem
que elevou uma entidade de Porto Alegre ao cenário nacional, este profissional
incansável na defesa de sua categoria merece, sem sombra de dúvidas, o título
Honorífico de Cidadão Emérito que esta Câmara aprovou pela unanimidade de seus
membros. E que eu tenho certeza absoluta faz com que Porto Alegre se orgulhe em
receber mais um filho emérito, mais um Cidadão Emérito, já provou que através
das lutas podemos fazer as conquistas necessárias para a qualificação de nosso
trabalho. Mas, eu tenho certeza absoluta, não ficará por aqui, porque homens
como Carlos Berta, recebem esse título como uma espécie de incentivo para que
essa luta possa ser aprimorada, e, pode ter certeza, meu amigo Carlos Berta,
que esta Câmara estará presente, junto contigo, para que - se Deus quiser -
obras como as que você têm realizado, possam ainda ser realizadas muitas delas,
para o engrandecimento de sua categoria profissional, e de tantas outras que
buscam a esta Casa para a melhoria de seu trabalho.
Um
grande abraço a todos. Muito obrigado pela presença. E um grande abraço a
Carlos Berta. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O próximo orador inscrito deveria ser o
Ver. João Dib, Líder do PDS, que, por problemas circunstanciais de saúde,
precisou se retirar da Casa; por essa razão, está ausente. Deixa o seu abraço o
seu apreço ao nosso homenageado Carlos Berta.
Com
a palavra, para homenagear o Berta, em nome do PDT, ao Ver. Isaac Ainhorn.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente da Câmara Municipal de
Porto Alegre, prezado amigo e companheiro Dilamar Machado; meu prezado amigo,
ora homenageado, Carlos Berta; Dona Lena Severo; meu preclaro e querido amigo,
Jornalista Firmino Sá Brito Cardoso; minhas senhoras, meus senhores. Ver. Luiz
Braz, autor da iniciativa que concedeu, ao Carlos Berta, o título de Cidadão
Emérito de Porto Alegre. Eu gostaria nesta oportunidade de aqui aduzir algumas
breves considerações nesta outorga de título de Cidadão Emérito de Porto Alegre
ao Carlos Berta.
Eu
quero dizer aos senhores, e acredito que da mesma forma que o Ver. Luiz Braz,
meu conhecimento com Carlos Berta, que hoje, nesta Sessão Solene recebe
formalmente o título de Cidadão Emérito de Porto Alegre, vem das lutas em
defesa da categoria dos representantes comerciais. Esta tem sido a luta que eu
vejo, que eu assisti de Carlos Berta. Recordo-me, muito bem, já lá vão alguns
anos, em 1985, quando a categoria dos representantes comerciais pleiteava a
redução do imposto. Reunimo-nos com o então candidato a Prefeito de Porto
Alegre, Alceu Collares, e posteriormente, já Prefeito de Porto Alegre,
reunimo-nos com a então Secretária da Fazenda e víamos nesta categoria dos
representantes comerciais, não a busca de redutores menores de alíquotas
tributárias, mas uma demonstração cabal, firme de que o que se estava
verificando em Porto Alegre, em relação a categoria dos representantes
comerciais, era uma verdadeira evasão de representantes comerciais, porque
frente às outras alternativas de alíquotas, nas cidades próximas a Porto Alegre
- instalavam seus escritórios, muitas vezes, em Tramandaí e Capão da Canoa.
Assistimos toda esta luta. Assistimos, hoje, preocupados à luta incessante
dessa categoria que, apesar de existir um diploma jurídico regulando as suas
atividades, tem sofrido, no dia-a-dia, as conseqüências da política recessiva
dos últimos anos, em termos de economia do País. E esta classe, que tem uma
longa história, cujas raízes de atuação antecedem ao próprio período medieval -
período da expansão do capitalismo mercantil - e que ensejava as bases para as
operações comerciais, mas tinha suas raízes lá na Antigüidade, em Roma e na
Grécia Antiga. Hoje, quando a Cidade de Porto Alegre e a sua apresentação
política prestam um reconhecimento a Carlos Berta, transformando aquilo que já
era uma situação de fato em uma situação de direito, conquanto, se Carlos Berta
já era um Cidadão Emérito de Porto Alegre de fato, hoje ele o é de direito, por
reconhecimento do Conselho da Cidade. O que é a Câmara de Vereadores senão o
Conselho da Cidade? Conselho oriundo de experiências históricas de Portugal e
do período medieval. Hoje, a Câmara de Vereadores, formalmente, em Sessão
Solene, outorga este título a Carlos Berta. O que leva exatamente a concessão e
outorga de um título desta natureza? É o reconhecimento da Cidade, e que gera,
certamente, a satisfação dos seus familiares, filhos, seus parentes e amigos,
de verem reconhecida esta condição, esta conquista.
Com
satisfação, hoje, abri os jornais, os diários da Cidade e lá observava convite
de seus amigos, a satisfação da sua categoria profissional na outorga do título
de Cidadão Emérito de Porto Alegre a Carlos Berta, para quem, como nós
Vereadores temos acompanhado a luta dos representantes comerciais, do seu
dia-a-dia, no seu trabalho diuturno, aprendemos a respeitar e valorizar o
trabalho de Carlos Berta. E é isto, neste momento, que nós estamos aqui
resgatando, fundamentalmente, algo que já pré-existia, porque familiar e
profissionalmente o Berta é uma figura conhecida nesta Cidade, integrado ao
conjunto da nossa Cidade. E é exatamente nós - não vivemos num Estado, num País
– que vivemos no dia-a-dia da Cidade - a Cidade é o local onde as cenas das
alegrias, das tristezas, das satisfações, das adversidades percorrem o seu
dia-a-dia, a todos nós. E é aqui que o Berta recebe, em 1992, este título de
cidadania de reconhecimento da sua Cidade, da Cidade que ele adotou. A Arpo,
como entidade representativa da categoria, que já tem uma história completa dos
seus primeiros dez anos de existência - é nova, mas já reveladora da
importância do associativismo -, e foi ali, no seio desta instituição, hoje já
podemos falar, que se criavam figuras extraordinárias, e que gerou a figura de
Carlos Berta, que, assim como outros que estão presentes aqui, no dia de hoje,
nesta Sessão Solene e outros ausentes, compreenderam que a organização, que a
reunião, que a luta reivindicatória comum é capaz de superar os individualismos
egoístas de cada um procurando os seus ganhos, os seus lucros e as suas
satisfações. A Arpo é o exemplo claro disso.
Eu,
o Ver. Luiz Braz, o Ver. Dilamar Machado, nós temos acompanhado com muita
intensidade a luta e os caminhos da Arpo; e também do Carlos Berta. Hoje é um
dia festivo para nós. Hoje nós estamos aqui, numa Sessão, que não é - Carlos
Berta, Israel e Olinto -, tumultuada e tensa, da Câmara de Vereadores; daqueles
telefonemas ao Berta: “olha, o Prefeito vetou a alíquota reduzida”. Não, hoje é
uma Sessão mais tranquila, é uma Sessão de satisfação, é uma Sessão de
reconhecimento e que coincide, exatamente, com os 10 anos da Arpo, e com a
entrega, por iniciativa do Ver. Luiz Braz - e que teve o apoio de todos os
Vereadores desta Casa -, a outorga do título de Cidadão Emérito de Porto Alegre
ao Carlos Berta.
Nossa
satisfação, um forte abraço e o reconhecimento desta Casa, tenho certeza que
interpreto esse sentimento no seu conjunto, e do nosso Partido: o PDT. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Nesse momento, senhoras e senhores
convido o Ver. Luiz Braz para vir até a Mesa dos trabalhos para efetuar a
entrega do certificado de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao nosso homenageado
Carlos Berta. Convidaria os presentes para assistirmos, de pé, a este ato
formal e solene.
(É feita a entrega do certificado.)
Concedemos
a palavra, neste momento, ao nosso Cidadão Emérito, homenageado desta Sessão
Solene, Sr. Carlos Berta.
O SR. CARLOS BERTA: (Lê a nominata da Mesa.) Sr. Presidente,
Srs. Vereadores. Primeiramente, desejo expressar o meu sentimento de orgulho em
estar recebendo o título de Cidadão Emérito de Porto Alegre.
Os
senhores, caros Vereadores, são em quase sua totalidade os mesmos com quem
convivi em dezembro de 1989 e março de 1990, junto com meus colegas da Arpo,
debatendo o Projeto de alteração de ISSQN para os representantes comerciais,
sendo este um , entre outros, o motivo de estar recebendo, no dia de hoje, esta
homenagem.
Quando
se está se defendendo pensamentos e desejos de uma classe num Poder
Legislativo, como desta Casa, é natural procurar inicialmente os edis
conhecidos, e na oportunidade assim
fizemos. Com o decorrer do trabalho, fomos conhecendo outros. O que é também
natural nas relações humanas, alguns ficaram mais próximos. Os representantes
comerciais, por ocasião da votação do Projeto, receberam o apoio da grande
maioria dos senhores. Eu, particularmente, gostaria de citar alguns nomes
daqueles que já conhecia e que vim a conhecer: Cyro Martini, Isaac Ainhorn,
Artur Zanella, João Dib, Dilamar Machado e João Verle. Foi o Ver. Luiz Braz,
relator do citado Projeto, que honrou-me levando a apreciação de todos os
senhores o meu nome para ser agraciado com o título que ora recebo. Obrigado
Ver. Luiz Braz. Obrigado Srs. Vereadores.
Aproveito
a oportunidade para agradecer publicamente as pessoas que de uma forma ou de
outra contribuíram para que eu esteja sendo homenageado. Aos meus queridos
pais, Francisco José Berta e Ilda Macalós Berta; as minhas irmãs Jane e Janete
e seus familiares; a minha mulher, que muito amo, Lena Rita Lima de Severo; os
meus filhos Claudine, Rodrigo, Karen, Guilherme, Fernanda e Fabiana; aos meus
filhos legados pelo velho Parra, e por mim encaminhados, Ademir e Luis Carlos;
a minha entidade Arpo, na pessoa do seu Presidente Israel Stivelman; aos amigos
da melhor terapia deste mundo, os amigos que há mais de 15 anos disputam quem
paga o café no palitinho; a todos os amigos, funcionários e colegas. (Lê.)
"Se
eu tivesse os trajes bordados do céu... / Adornados com luz dourada e
prateada... / e os trajes escuros, sombrios e azuis... / da noite,... a luz e a
meia luz... / Eu estenderia os trajes sob seus pés... / mas eu, sendo pobre,
tenho os meus sonhos. / Então, estendo os meus sonhos sobre seus pés... com
suavidade / porque você caminha neles"
Pois
o desejo de ser cidadão de Porto Alegre, hoje sai dos meus sonhos e caminha
real e suavemente ao meu lado.
Os
tributos que foram levados em consideração para que a Casa do Povo
porto-alegrense concedesse esta honraria a minha pessoa é também uma homenagem
a todo o dirigente de uma entidade de classe que busca, sem medir sacrifícios,
o melhor, o mais digno, o mais justo para a sua classe.
Esta
homenagem é também extensiva a uma entidade que daqui de Porto Alegre
destacou-se nacionalmente, fazendo de um projeto seu a Lei nº 8.420, que trouxe
justiça e dignidade profissional a todos os representantes comerciais
brasileiros. Falo da Arpo - Associação dos Representantes de Calçados, Bolsas,
Tecidos, Confecções e Derivados de Porto Alegre.
Sou
um feliz privilegiado em poder dizer que sou cidadão de três cidades. Tapera,
onde a providência fez com que eu nascesse; Santa Rosa, cidade de que
auto-intitulo-me “cidadão”. Terra onde cresci, vivi parte de minha juventude.
Juventude adolescente, onde se experimenta as primeiras emoções da paixão e a
primeira paixão foi pela Cidade. Finalmente a Cidade que me acolheu, onde
formei minha família, onde me realizei profissionalmente, onde amei...
Desamei... E voltei a amar.
Ser
Cidadão de Porto Alegre... Só?... Para que mais?
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Convidaria a Srª Mara, esposa do Ver.
Luiz Braz, a Claudine, filha do homenageado Carlos Berta, para, juntas,
prestarem homenagens ao casal, fazendo a entrega das flores.
(É feita a entrega das flores.)
O SR. PRESIDENTE: Senhoras e Senhores, nós vamos chegando
ao final desta cerimônia e eu gostaria, em nome dos Vereadores que se
manifestaram, Ver. Luiz Braz, autor da preposição, Ver. Isaac Ainhorn, Ver.
João Verle, Ver. Artur Zanella e de resto em nome da Casa Legislativa da Cidade
de Porto Alegre, dizer que esses momentos, embora muitas vezes sejam incompreendidos
em alguns setores de uma imprensa que se diz avançada, mas que muitas vezes se
torna retrógrada, atrasada porque não sabe viver momentos de emoção, de
ternura, de homenagem ao talento, a competência, à singularidade de
determinadas pessoas. Esses momentos são extremamente marcantes na vida de um
Legislativo. Evidentemente que os Vereadores de Porto Alegre não se dedicam
exclusivamente a prestar homenagens, mas também prestam homenagens. Elas não
são criadas e nem inventadas, por nós, por razões mesquinhas, elas são frutos
da análise que todos nós, homens e mulheres que representamos a Cidade, temos
obrigação de fazer para dividir, entre os cidadãos e cidadãs da Cidade, àqueles
que se destacam de forma inequívoca em suas atividades. O título de Cidadão
Emérito não é um acaso, não é um ato de bajulação, não é um pagamento ou um
desejo de pagamento futuro. É uma homenagem séria, sólida e, acima de tudo,
emocionante.
Saibam
as filhas e filhos do Carlos, seus pais, seus demais familiares, amigos e companheiros
de trabalho, que nós, Vereadores, absorvemos de forma muito importante essas
lições de vida que recebemos nesses tipos de homenagem.
Para
mim, como Presidente da Casa, é importante dizer, ao encerrar a Sessão, que
Porto Alegre - por nós é representada - e nós nos engrandecemos mais por ter,
no rol de Cidadão da Cidade, o Cidadão Carlos Berta.
Estão
encerrados os trabalhos.
(Levanta-se
a Sessão às 17h56min.)
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